uma cadeira para o Vincent sentar comigo
13 de setembro de 2010 § 2 Comentários
Vem, Gogh
Vincent Van, vem
traz tua noite estrelada
ser
hóspede aqui de casa
teus campos, Ahles – Provence,
Paris, Masp
Fauno dos meus terraços
vem, traz teus bosques
cromo teu sol
eu tua mulher
teus pelos
macias cerdas pincéis
eu tua? à luz das velas
(assentadas, três, acesas, ao teu chapéu, lembra?)
colo para o teu amarelo manga
mano-a-mano nós, Gogh
você, eu e Manuel, o Bandeira
vida inteira
essas noites nossos desesperos
feitos
poema meu
vão
Van Gogh exangue
céu
espátula/azul esmeralda/turqueza
sóis tuas duas mãos
sois em minha mesa
Vem, vam os
deito-me em teus lençóis
(ah, que tensas tuas espáduas!)
densas pinceladas amarelo-cromo
branco titâneo sêmen
errante
pelos campos do teu dorso
Vam, Gogh, vem! amante deste
imenso campo de minha pele
tela de linho
costurada ao teu sono.
Regina Gulla, 13.set.2010
……..
……………………………………………………………………………………………
http://www.youtube.com/watch?v=K8Pnjwu4a6k&feature=player_embedded
O Que Se Faz no CibeBosque?
7 de setembro de 2010 § Deixe um comentário
Quem vive no Bosque?
Considerando que nos bosques se encontra tudo que nasce, cresce, que cria, que gera vida, tudo que se soma e se multiplica, aqui no CiberBosque não se foge a essa regra.
Aqui também, vive
toda e qualquer pessoa criativa,pessoa amiga da imaginação que se aplica à matéria, seja essa matéria barro, madeira, poema, cibermatéria da web, palavras, agulhas e linhas, panos, violão, piano, oboé e outros instrumentos como sopro no copo de vidro, caixinha de música casca de noz.
Os sonhadores da matéria? Bem, poetas, blogueiros apaixonados, pintores de nariz de palhaço, plantadores de pranchas de surf, coletores de sorrisos, semeadores de pipas, meninos com paninho enrolado no dedo, limadores de palavras…
Costuma preferir este bosque pessoa que curte a graça dos mistérios e a alegria que é ver tudo o que é desconhecido ainda, se vestindo de imagens poéticas, de personagens, de fábulas, de beijos, de apertos de mão.
Sabe, as imagens poéticas, se não chegam a ser vestimentas, são o espelho mais fiel para os mistérios. Os mistérios de que somos feitos, de que a natureza é feita… Tipo alegrias, aflições, paixões, medos, amizade. Quer mistério mais misterioso que amizade? Impossível. Só traduzindo para imagem é que a gente pode dizer do que é feita uma amizade; e bem de vez em quando.
Veja bem, uma angústia, um entusiasmo, uma afição, uma ternura, nasce como uma pétala em branco, onde uma leve camada de linguagem começa a dar feição, `a flor, até que ela pode sair e cumprimentar as pessoas, apresentar-se, toda flor, se fazer entender: olá, hoje eu sou buquê no que ontem era grão.
Ou você vai e desagua em mim, e eu oceano, como fez o Djavan.
Tudo isso, no Bosque.
O Djavan deve ser um fauno dos bons.
Praticar imagem poética? Pra quê?, você se pergunta.
Olha, fazendo imagem poética, você só sai ganhando, sabia; desde deslumbres, a descobertas do ser, a humor, a estados de ânimo incomuns, além de atenuar os desejos de ir para a guerra pra ver se conserta o mundo.
Deixa eu ver que mais tem no Bosque. Hmmm
Bem, em suma, no Bosque a gente não pratica linguagem asfaltada, é isso.
Por exemplo, hoje à tarde, encontrei-me com alguns bosqueiros, quer ver?
Afinadores de instrumentos
De vozes de gente
De vozes de riacho
Meninos plantando papel de seda e rabiola, para colher pipa semana que vem
Alguns tocadores de frigideiras, caixas de fósforo
E, sobretudo, tocadores de valsas e em taças
Regentes de frases, de períodos, de páginas, alguns de livros inteiros
Varredores da poeira que se depositam em pensamentos persistentes
Ninfas que auxiliam no parto de poemas que já andam a termo
Plantadores de semente (soube que eles existem já muito antes da especialização do paisagismo, o que nos dá uma pista clara de que o bosque nao é frequentado por especialistas, e sim por olhos que investigam o horizonte de cada coisa)
Tradutores de sentimentos que nos parecem estrangeiros
Senhoras com ovos na mão, lembrando-lhes suas histórias familiares galináceas para que tenham noção de seus antepassados, coisa que nós praticamente perdemos, por não ter a quem ouvir.
Orquestras de folhas de palmeiras, tipo babaçu, palma, e outras folhagens.
Manadas de pirilampos, cardumes de vagalumes super rimados
Calígrafos de águas
Descascadores de palavras
Navegadores de tabuleiros
Regurgitadores de coelhinhos
Nuvens de calças
Fotógrafos de sombras
Blogueiros e twiteiros, esses costuravam vozes, daqui e dali
Engenheiros de alegrias
E alguns obstinados plantadores de parafusos
Tem ainda o pessoal da equipe paramédica que ajuda nas feridas, escoriações e cicatrizações de palavras machucadas quer por serem atiradas como pedras em muros, quer abandonadas no meio fio da frase, ou ainda em tal estado de desnutrição que nem mesmo uma lesma consegue ler.
Erotizadores de palavras (diga-se: aqueles que reconciliam palavras brigadas para sempre)
Guardadores de risadas (tem hora que a risada se espalha de tal maneira, que chega a faltar lugar para os sonhadores se sentarem confortáveis)
Tinha mais gente, mas estavam ocupados em desencoscorar palavras e bordar pincéis nas paredes
Atividades do CiberBosque Sonhador
.Oficina de Criação Literária, online, para adultos que tenham sua criança adormecida
http://www.gato-de-mascara.com.br
esta oficina, a do Gato de Máscara do Bosque, ela prima pelo exercício gracioso– esine qua non ao idioma– de desencoscorar palavras; também se caracteriza por fornecer imagens a tudo que tenta ser sentimento, mas que, via de regra, só alcança alguma explicação. Também aqui se exerce o ofício de rir; de ser gentil; de usar raio de sol em vez de cara feia pra sair na rua; de conversar sem guarda chuva, quer dizer, sem medo de alguém cuspir em você pela relva; de aprender que a linguagem age por nós, `as vezes até melhor que nós, quando damos de cara com amigos, filhos, namorado antigo, dono do açougue, bilheteiro de loteria, vendedor de algodão doce, enfim, toda agente que nos emociona. Junto a isso, você vai poder desexplicar explicações desnecessárias; vai preferir imaginar, ali onde sente um deserto de idéias; vai poder acordar seu poeta belo- adormecido; acordar os vagalumes que moram na ponta da sua língua; aprender a dar beijo de lingua gem, uuuuuma delícia. E, às vezes, escrever um poema, um conto breve, uma novela, di vertidamente.
.Escola Fáunica
Frequentam a escola fáunica garotos com pendores ao natural: pega-pega atrás de besouros, brincadeiras com gosto de hortelã e sem gosto de quiabo, polímero, giló, ou plástico; risadas vertidas ou divertidas; gosto por árvores, animais; uma língua estrangeira, colheita; plantação; tipografia; patins; jardinagem; risada fora de hora ou dentro do relógio; curiosidade por tudo que tem às vistas, mas, sobretudo pelo que se encontra às escondidas.
Veja, não há com que se preocupar, seus filhos não estarão, aqui, se preparando para serem metade homens metade bodes. O que pode acontecer com eles, é se desenvolverem por inteiro, isto é: naquilo que já se espera deles: cabelo penteado, educação com os mais velhos, mas sem que para isso tenham de abandonar seu jeito natural de ser (por essa razão natural é que se tem usado a imagem de patas, nos faunos; o uso é mais por retórica, por figura de linguagem, por modo de dizer, do que por função prática dos cascos em si mesmos), isto é, o único risco que correm, é de desenvolver sua inesperada e genuína expressão.
.Escola Nínfica
As garotas que participam das classes nínficas, não vão sair borboleteando por aí, nao se preocupem. A imagem das asas que se costuma ver nas ninfas dos bosques tradicionais, é para mostrar que essas meninas serão pessoas sensíveis com o semelhante e com o diferente, que podem ser atenciosas, observadoras e simpáticas a um grão de areia a ponto de tirar dele uma longa história, a história de um continente inteiro.
E que, mesmo andando no asfalto das avenidas, enfrentando hora de rusch em ônibus escolar e tardes de domingo nos shoppings, elas não desistem de trazer seus sonhos originais nos ombros, delicadamente, como se fossem asas.
O que pretendemos com as nossas criancas, que inteireza, que integridade é essa que almejamos?
Que ao invés de falar e de de existir por meio de uma só língua, a linguagem asfaltada, o conhecido papo cabeça, eles vão dominar deliciosamente o papo cabeca e o papo poético, o do bosque. Serão bilíngues do pensamento. Já pensou? Isso acarreta no uso da inteligencia toda, nao somente metade do cérebro, e a utilizacão da alma aqui, nesta vida mesmo.
O CiberBosque Sonhador tem segurança?
Para que os Sonhadores não sejam interrompidos com muita frequência, à meia–noite passa, invariavelmente, uma patrulha de vagalumes, perscrutando, a cada palmo, o chão, o ar, as águas do Bosque, as brasas das fogueiras, os tabuleiros de barcos, restos de celofane laranja regurgitado por algum dragão; ver se ficou esquecido no caminho algum sorriso de criança, algum Zelador de Sonho adormecido fora de hora, algum cardume de beijos, alguma constelação de joaninhas que costumam se reunir na casa do Fillipe.
Os raios de sol, mais rebeldes, dão um trabalho danado a esses vagalumes: costumam esconder-se sob grossos tocos de árvores, na tentativa de furtar-se à regularíssima hora do ocaso.
Questão shakespeareana, filosófica, antropológica a ser conversada ad eternum: Algumas pessoa menos avisadas costumam desconfiar de que o Bosquesonhador sequer existe na vida real.
Fica em aberto, como toda questão bosqueana. Fica lançada aos amigos epistemobosqueólogos.
Porém, aqui pode estar abrigada a pergunta do mês: alguém já viu algum feito, um feito considerável, tipo avião, bicicleta, roda, bala de framboesa, encontro amoroso, fogueira de São João, beijo, abraço, violino, sambinha, sapatilha de balé, fada, Pinócchio, Pais das Maravilhas, Emília, bichinho de estimação dormindo no sofá da gente, bola de gude, circo, trapezista, prancha de surf, canoa, vara de pesca, que não tenha sido sonhado antes?
Algum Peter Pan, Dom Quixote de La Mancha, alguma Via Láctea, genoma, DNA, ou mesmo pote do arco-iris, louva-deus subindo en folha, menino no colo, hipocampo, passagem de barco, gofinho, toalha bordada, kitesurf, perfume de flor, que não tenha sido desejado antes?
Amor – pois que é palavra essencial
2 de setembro de 2010 § 2 Comentários
Lição de casa/dois em um: corpo e palavra/cama e cosmo
Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,
nu úmido subterrâneoda vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.
Prosseguimos com nossas experiências de imaginar, de fazer de imagem, de encarnar a palavra com a matéria tocada, aspirada, ouvida, lembrada, lida, sen su a li za da, ok? Como estamos vindo no cursar desta semana.
A palavra FAZ a coisa, o acontecimento, ela realiza o coito, percebem? Isso é amorosidade do poeta. Isso. Olha a fonte, o fogo e o mel, concentrados feito e=mc2, no clitoris. Isso é sensualidade do poema. Desentranhar, a cada vez, ali, do ato de um encontro superconhecido (heimelich), o encontro dos nossos corpos, em novo gesto, em transbordamento, em secreta criação.
Portanto, nao se inibam com as imagens, porque é transbordamento de sentidos, sim. E por um acaso aqui no poema do Drummond trata-se de uma cópula, pois poderia sero afagar as penas de um pássaro ferido. A sensualidade está na fusão das palavras com significados antes distantes, em imagem. Esse é o erotismo da linguagem. E do poema Amor, pois que é palavra essencial. É disso que ele trata, inclusive no título. OK? Alguma reclamação moral à linguagem? rsrs
Bem sabem vocês que o Drummond só permitiu que esses poemas fossem publicados depois de sua morte. A razão? provavelmente temia que a crítica os tomasse por pornográficos, ou coisa que o valha.
Ele não queria discutir isso, pois o poema já o diz: a cópula, aqui, é das palavras.
Bjbj
Ainda:
…..a conquista do impreciso se faz com precisão. Por obediência supersticiosa,
ora mantenho a pontuação; inovo; ou elimino. A tipografia conta, porque aqui começa uma não-linearidade som-escrita (fique a escritura para os colombos tardios).
Para ler, o original ao menos, com olho, ouvido e braille: devagar, com tato,
algum palato, muito olfato. e um poema erótico, de erecção e elevação e
impotência: tudo se resolve no papel, faute de mieux. São ninfas e é a poesia;
uma flauta dupla priápica, duas ninfas’: são canetas, é tinteiro-pântano, é um
papel de brancura animal, são mulheres, palavras…
Décio, Augusto e Haroldo de Campos
Ed. Perspectiva
Regina Gulla, 20/08/2010
Consultório Sentimental/Aconselhamento Poético do Bosque Sonhador
1 de setembro de 2010 § 2 Comentários
-
- Consultório sentimental do CiberBosque
- Aqui, trabalhamos com escuta
- e aconselhamento poético. Consulte-nos
- sempre que quiser
Todos nós que colocamos uma carta no correio, temos o secreto desejo de perguntar a alguém: Imagina como me sinto?
Desde sentimento indefinido a desespero total
Suspeita de estar sendo amado demais
Sentimento esparramado
Fome de cuidar de amimaizinhos abandonados
Alegria incontida, tristeza de querer morrer agorinha,
Bondade não reconhecida
Saudade, extravagância com seus mais preciosos carinhos, dúvidas sobre a existência
Sede de aconchego, sensação de abandono e perda de fé na humanidade
Vontade de fazer as pazes (bonito que é pazes, esse plural, não?)
Procure nossos faunos, ninfas, vagalumes, marujos que viajam em barcos sobre tabuleiros de xadrez, criança com paninho enrolado no dedo, enfim, gente com experiência em linguagem imaginativa.
Encontre aqui ressonância para sua experiência, solicite ao pronto atendimento poético uma imagem ou semelhança dessa emoção para a qual você não encontra palavras.
Quer ver só?
Aconteceu comigo, Regina Gulla, a Re, aqui, fundadora deste Blog juntamente com Mariana Dorin e Fabio Pierro. Foi assim: enquanto pensávamos o Bosque, conversa daqui, consulta dali, eu tive uma tristeza por dois dias inteiros, me sentia abandonada por pessoas, calro, de um passado distante, mas que me enfraqueciam poderosamente ainda.
E fui e contei à Mariana e ao Fábio, separadamente, e o que fizeram? Dó de mim? Não. Pegaram a matéria do meu sentimento e imaginaram, imagem atrás de imagem. Levou um dia, e olha a tradução de mim para mim mesma que eles souberam gentilmente dar de volta às minha reclamação por compreensão.
De como Fabio e Marininfa me resgataram de uma tristeza indefinida, um dia desses:
……………………………………………………………………………..
fabio: olha. vc faz o seguinte. vc apanha um fio de lã ou
ate um cordonê antes de se sentar num lugar bem lindo.
ai vc amarra uma ponta no pé da mesa e a outra no
seu dedo. pronto.
ai voce pode ir tranquila por onde quiser. pode vc vai
saber voltar – mesmo que esteja escuro. é possivel que
vc encontre esses homens maus la, sabe? se acontecer,
vc nao hesite. diga para eles que ficou sentida, mas que
agora vc vai viver a sua vida.
isso mesmo! diga isso. e nao se esqueça de agradecer,
mas só se for o caso.
aguardo relatos dessas incurssoes.
……………………………………..
[08/26/10 22:19:58 ] marimari mom! : você é uma mangueira muito grande e cheinha de fruta cheirosa sabe
[08/26/10 22:20:08 ] regina : eu?
[08/26/10 22:20:17 ] marimari mom! : só que você pensava que era um bonsai
[08/26/10 22:20:22 ] regina : tá bom
[08/26/10 22:20:27 ] marimari mom! : e pra piorar alguém comprou você na loja, tipo pequenininha
[08/26/10 22:20:37 ] marimari mom! : porque achavam que você não ia crescer muito e nem sentiria falta de crescer
[08/26/10 22:20:46 ] marimari mom! : e botaram você num quarto, dentro de um vidro, bem bonsai.
[08/26/10 22:20:54 ] marimari mom! : e foram aparando seus galhos
[08/26/10 22:20:55 ] regina : aparando…
[08/26/10 22:20:58 ] marimari mom! : quando eles começavam a crescer
[08/26/10 22:20:58 ] regina : é isso mesmo! Eu sabia!
[08/26/10 22:21:06 ] marimari mom! : e aparavam e você começou a se entortar
[08/26/10 22:21:14 ] regina : ‘e assim meeesmo que eu sinto
[08/26/10 22:21:15 ] regina : fala mais um pouco, anda
[08/26/10 22:21:15 ] marimari mom! : e o quarto ficou escuro
[08/26/10 22:21:19 ] marimari mom! : sem sol
[08/26/10 22:21:21 ] marimari mom! : sem chuva
[08/26/10 22:21:24 ] marimari mom! : de repente
[08/26/10 22:21:32 ] regina : e
[08/26/10 22:21:33 ] marimari mom! : alguém se mudou. mudaram de casa. e esqueceram o bonsai lá
[08/26/10 22:21:41 ] marimari mom! : quando viram tinha uma arvorezinha ali
[08/26/10 22:21:48 ] marimari mom! : e resolveram plantá-la na terra
[08/26/10 22:21:55 ] marimari mom! : e ela resolveu crescer porque viu o sol e porque viu a chuva
[08/26/10 22:22:12 ] marimari mom! : e as pessoas queriam cuidar dela
[08/26/10 22:22:13 ] regina : é isso que eu to sentindo e nao tenho palavra, marininfa
[08/26/10 22:22:19 ] marimari mom! : e começaram a achá-la muito bonita e necessária
[08/26/10 22:22:23 ] marimari mom! : então ela começou a dar mangas
[08/26/10 22:22:27 ] marimari mom! : bem gostosas e cheirosas
[08/26/10 22:22:37 ] marimari mom! : e aquilo começou a fazer barulho na vizinhança
[08/26/10 22:22:41 ] marimari mom! : e todos vinha apanhar as mangas
[08/26/10 22:22:41 ] regina : rs
[08/26/10 22:22:48 ] regina : rs
[08/26/10 22:22:49 ] marimari mom! : e virava uma brincadeira de subir na mangueira e trepar e apanhar manga
[08/26/10 22:22:57 ] regina : rsrsrs
[08/26/10 22:22:58 ] marimari mom! : e ela nunca mais parou de dar manga.
[08/26/10 22:23:02 ] marimari mom! : 🙂 foi isso.
[08/26/10 22:23:09 ] regina : 🙂 rsrsrsrsrrsrsrsrsr
[08/26/10 22:23:14 ] marimari mom! : a história da mangueira que pensavam que era bonsai
Precisava Mais?
Manhã seguinte, o sol já brilhava diante do meu nariz. Amarrado o barbante na mesa, reguei o pé de manga, chupei uma ou duas delas, comecei um livro novo e terminei a Apresentacão do CiberBosque, que eu estava simplesmente enrolando há dias. Foi um efeito mais que imediato; foi um espelho, só que com o meu retrato dentro, escrito nas imagem deles, a afeto e cores. Quero agradecer a esses dois queridos, aqui mesmo, olha, escutem, poetas: Não se encontra CiberBosque de Correio Sentimental dando sopa assim, não. E desculpe a indiscrição por postar aqui, na íntegra, mas nenhum exemplo seria mais lindo que esse. Grata. Mui grata.
Quer mais um exemplo?
Uma alegria discreta, pode encontrar tradução poética em se dar pulinhos à toa, ou em uma lambida no sorvete de morango; ao passo que uma exuberante alegria pede mais a imagem de uma pororoca, não?
Que acha?
Dá uma idéia, vai lá, posta pra gente, pra todo mundo, vai.